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Fusão não muda planos da Sadia em Mafra

Empresa, que se uniu a Perdigão, diz que previsão é de novos investimentos

Edinei Wassoaski

SÃO PAULO/MAFRA
 
A fusão entre Sadia e Perdigão não muda os planos da primeira em relação aos investimentos anunciados em 2007 para Mafra. Essa é a informação que a assessoria de imprensa da Sadia repassou ao CN na terça-feira, 19, dia em que a fusão foi anunciada. Segundo a assessoria, os planos da empresa são de investir ainda mais, mas não há uma especificação de quando nem de quanto será investido em uma unidade de abate de suínos e outra de aves, em Mafra. A previsão inicial era de investir R$ 600 milhões, exatamente o que a empresa perdeu especulando no mercado financeiro por meio de derivativos (pagamentos futuros negociados com base no comportamento financeiro de determinado produto).
A assessoria da Sadia esclarece que as empresas ficarão separadas ao menos pelo próximo ano. Neste período, condicionada pela situação da crise econômica, pode haver o início da construção dos frigoríficos.
 
MAIOR DO BRASIL
 
A Brasil Foods (BRF), criada a partir da compra da Sadia pela Perdigão, é a terceira maior exportadora do País, depois de Vale e Petrobras, com presença em mais de 110 países, e almeja se tornar a maior exportadora de carne processada no mundo nos próximos anos.
Para o negócio ser confirmado, é necessária aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça. O órgão é responsável por avaliar se há concentração de mercado, com eventuais prejuízos aos concorrentes e aos consumidores.
Segundo reportagem do jornal "Valor Econômico", o negócio é visto como um dos maiores desafios ao órgão antitruste tanto pelo tamanho da nova empresa quanto por envolver diversos mercados no setor de alimentos, o que aumenta bastante a complexidade da análise.
A união já faz da BRF a maior produtora e exportadora mundial de carne de frango, uma das principais processadoras de carne de porco e a maior abastecedora de alimentos industrializados no País. A previsão de faturamento anual da companhia é de R$ 22 bilhões.
A composição do capital da empresa, segundo os executivos, será de 68% de acionistas da Perdigão e 32% da Sadia. Há alguns meses, a Sadia fez uma oferta hostil pela Perdigão.
Segundo analistas, o negócio ajudará a Sadia a se livrar das especulações negativas que vinham aumentando por conta dos resultados desfavoráveis nos últimos meses. A dívida bruta da empresa evoluiu de R$ 8,5 bilhões para R$ 9,4 bilhões de dezembro para março.
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